Max Manus – O homem da guerra (2008)

Título original: Max Manus

Título em inglês: Max Manus: Man of War

Países: Noruega, Dinamarca, Alemanha

Duração: 1 h e 58 min

Gêneros: Ação, biografia, drama, guerra, história

Elenco Principal: Aksel Hennie, Agnes Kittelsen, Nicolai Cleve Broch

Diretores: Joachim Rønning, Espen Sandberg

IMDB: https://www.imdb.com/title/tt1029235/


Citação: “Meu país foi roubado de mim. E eu o quero de volta!”


Opinião: “Filme de guerra equilibrado em suas abordagens e especial pela história real dramatizada.”


Como conta a história, a Noruega, a despeito de sua neutralidade, foi invadida pela Alemanha durante a Segunda Guerra Mundial por ser considerada estratégica, principalmente pela presença do Porto de Narvik em seu território. A história também revela que a resistência civil foi extrema em relação à referida invasão e perdurou durante todo o período da guerra. Nesse contexto, vários cidadãos noruegueses são considerados como heróis nacionais e alguns deles tiveram passagens de suas vidas, sobretudo aquelas alusivas à guerra, dramatizadas pelos cineastas locais. O blog já analisou o filme “O 12º homem” (2018), que apresenta o sabotador Jan Baalsrud em sua narrativa, e, agora, analisa “Max Manus – O homem da guerra“, que apresenta o também sabotador Maximo Guillermo Manus, ou simplesmente Max Manus – uma lenda no país nórdico. Trata-se de uma boa oportunidade para adquirir conhecimento histórico e, ao mesmo tempo, desfrutar de uma experiência cinematográfica de qualidade superior proporcionada por um roteiro bem construído e bem condizente com a história real de Max, segundo pesquisei. Seguem abaixo as minhas impressões.

Eis a sinopse: Depois de lutar contra os comunistas na Finlândia, Max Manus retorna à Noruega, sua terra natal, atualmente ocupada pelos nazistas. Ele se alista em um movimento de resistência contra os alemães, quando acaba sendo preso. Ao conseguir fugir pulando de uma janela, vai para a Escócia, onde recebe treinamento especial antes de ser enviado de volta para realizar várias missões de sabotagem.

Analisando simplesmente o que é apresentado no filme, percebe-se um enredo bastante atrativo, que aborda vários âmbitos da vida do protagonista em profundidades diferentes, mas com maior ênfase aos acontecimentos verídicos de sua atuação como destruidor de navios alemães. Nada mais justo e pertinente, afinal foi nesse “ofício” que Max ganhou notoriedade. Entretanto, um fato valiosíssimo, que poderia até ter mudado a cara do nazismo, foi deixado de fora do roteiro: o quase assassinato, pelas mãos de Max e seus amigos, em uma visita à Oslo, de dois seguidores importantes de Hitler: Himmler e Goebbels . No meu entender, foi uma omissão crassa, dada a magnitude do episódio, mas não prejudica o filme no que se propõe a apresentar a seu público.

Em relação ao desenvolvimento do roteiro que foi escolhido, percebe-se muitas virtudes, e a principal delas é a glorificação da amizade entre os membros da resistência em uma clara mensagem exaltadora da união como geradora de força a uma comunidade voltada para um determinado propósito. Uma boa parte da narrativa se preocupa em reforçar sempre que possível o sentimento agregador entre os resistentes, de forma que vitórias e derrotas fossem sentidas por todos igualmente, apesar de o foco, obviamente, recair sempre sobre o protagonista. Não se trata de um filme “egoísta”, mesmo contando a história de uma pessoa determinada, pois o viés proposto é de unidade. O filme acerta também em não se afastar em demasia de seu fio condutor, o legado de guerra de Max Manus, como, por exemplo, ao destinar apenas alguns poucos minutos na relação dele com Tikken, que a história mostra que seria a sua esposa no futuro. Como se trata de uma cinebiografia, sempre há espaço para desnudar a vida do homenageado sob diversas óticas, mas, nesse caso, o filme escolheu um caminho deliberado e o desenvolveu com vigor – o que não deixa de ser uma estratégia narrativa válida, mas menos abrangente.

Conheci o ator Aksel Hennie através do filme “Headhunters” (2011), o qual também já foi objeto de análise aqui no blog. Tinha achado sua atuação muito boa e, após a audiência do filme em tela, confirmei minha percepção inicial sobre sua competência. Aksel personifica em sua interpretação de Max Manus um homem mentalmente forte, destemido, corajoso e ávido por cumprir a sua missão. Em momento algum, percebe-se alguma hesitação do personagem em tela em relação ao que era exigido dele, graças ao excelente trabalho do ator norueguês. É mais um artista para ficar de olho e acompanhar sua filmografia.

Resumidamente, “Max Manus – O homem da guerra” proporciona ação sem se furtar de apresentar os entremeios e os planejamentos; bons sentimentos sem se furtar de mostrar suas gêneses; e, concomitantemente, apresenta nuances desconhecidas do grande público sobre a Segunda Guerra Mundial. Trata-se de um filme bastante envolvente, que funciona como mais uma condecoração concedida à Max Manus – mais um personagem especial trazido à baila pela sétima arte, afinal, pessoas com legados belos e relevantes sempre merecem ter suas vidas dramatizadas pelo cinema, pois são indiscutivelmente inspiradoras.

O trailer, com legendas em português, segue abaixo.

Adriano Zumba


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